sexta-feira, 29 de abril de 2011

Crustáceos


Os crustáceos são animais invertebrados. O grupo é bastante numeroso e diversificado e inclui cerca de 50.000 espécies descritas. A maioria dos crustáceos são organismos marinhos, como as lagostas, camarões e as cracas e percebes, tatuís ou Emerita brasiliensis (que vivem enterrados nas areias das praias do Brasil), os siris e os caranguejos, mas também existem crustáceos de água doce, como a pulga da água (Daphnia) e o camarão do Rio São Francisco do estado da Bahia (Brasil) e mesmo crustáceos terrestres como o bicho-da-conta e o tatuzinho de jardim que habita as terras brasileiras.
Podem encontrar-se crustáceos em praticamente todos os ambientes do mundo, desde as fossas abissais dos oceanos, até glaciares e lagoas temporárias dos desertos.
Anatomia
Os crustáceos (do latim crusta = carapaça dura) têm um exosqueleto de quitina e outras proteínas, ao qual se prendem os músculos. Para poderem crescer, estes animais têm de se desfazer do exosqueleto "apertado" e formar um novo, a muda ou ecdise. Por esta razão, foi formado um grupo sistemático para englobar todos os animais que mudam o exosqueleto, os Ecdysozoa, que inclui os artrópodes, os nemátodes, os Nematomorpha, os Tardigrada, os Onychophora e os Cephalorhyncha. Esse exoesqueleto é também apropriado para que esses animais não se desidratem quando estão expostos ao sol.
Os crustáceos têm geralmente o corpo segmentado como os anelídeos, com um par de apêndices em cada segmento. O corpo é geralmente dividido em cabeça, tórax e abdómen; a fusão de segmentos é comum e, em certos grupos de crustáceos, a cabeça e o tórax encontram-se fundidos no que geralmente se chama o cefalotórax que é a região recoberta pela carapaça (espessamento sobre o exoesqueleto).
Tipicamente apresentam dois pares de antenas (primeiro par; antenula e o segundo par; antena) na cabeça, pelo menos na fase larval, olhos compostos, três pares de apêndices bucais e um télson no último segmento abdominal. Os apêndices são tipicamente birramosos, com exceção do primeiro par de antenas.
O sistema nervoso dos crustáceos é parecido com o dos anelídeos, com um gânglio "cerebral", um anel nervoso à volta da faringe e um par de cordões nervosos na região ventral, com gânglios em cada segmento.
Tal como todos os demais artrópodes, os crustáceos são eucelomados, ou seja, possuem um celoma formado por esquizocelia (como em todos os protostómios), mas neste sub-filo o celoma encontra-se muito reduzido e normalmente contém apenas os sistemas reprodutor e excretor.
Os resíduos metabólicos, recolhidos pelo sangue e presentes nas hemoceles, são excretados pelas glândulas verdes ou antenais, presentes no cefalotórax e que se abrem nos poros excretores, localizados perto das inserções das antenas.
Os crustáceos têm um sistema circulatório aberto: o sangue (ou hemolinfa) banha os órgãos internos - que se encontram numa cavidade denominada hemocélio - e é bombeado para dentro e fora do coração através de orifícios chamados óstios. As espécies menores respiram por difusão dos gases através da superfície do corpo, mas as maiores possuem brânquias.

Reprodução

A maioria dos crustáceos têm sexos separados, que se podem distinguir como apêndices especializados, normalmente no último segmento torácico. Algumas espécies apresentam mesmo diformismo natural, não só em termos do tamanho, mas também de outras características: no carangueijo de mangal, Scylla serrata, uma espécie abundante da região indo-pacífica, a fêmea é maior que o macho e têm o abdomen mais largo, podendo assim incubar os ovos com maior segurança.
Durante a cópula, o macho transfere para a fêmea uma cápsula com os espermatozóides, denominada espermatóforo, que ela abre na altura em que liberta os óvulos. Os ovos são muitas vezes incubados pela fêmea até o embrião estar totalmente formado. Nos casos com crescimento por metamorfoses, os ovos libertam larvas que são geralmente pelágicas, fazendo parte do zooplâncton. Os Crustaceos tem a respiração branquial.

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